O Novo Botafogo Pede Um Novo Torcedor

Por Lucas Compan, publicitário botafoguense em New York City

⭐️ Definição da palavra amor no dicionário: “Forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais; atração baseada no desejo sexual.”

No dicionário do torcedor do Botafogo de Futebol e Regatas, existe uma definição particular: “Um sentimento que ninguém entende, diferente, que não se compara, um sentimento que nos faz apoiar até o final, de nada mais importar.”

Acredito que esse canto da torcida deva traduzir 90% do sentimento de cem por cento dos torcedores. Os 10% restantes, ficam para usarmos nossa razão e raciocínio. Porque se por um lado dizem que “todo amor é cego,” por um outro existe o dito popular “o pior cego é aquele que não quer ver.”

Nesta segunda-feira, o Botafogo não fez bonito e perdeu diante de mais de 30 mil torcedores para o time do Goiás, em pleno Estádio Nilton Santos. Não que fosse um resultado improvável. Afinal, do lado oposto do campo tem sempre um outro time, também buscando a vitória. Mas com certeza, nenhum torcedor esperava ou queria essa derrota. A segunda seguida nos domínios Alvinegros.

Então as críticas virão. E elas devem existir. São das derrotas e das críticas que tiramos as maiores lições e evoluímos. Agora é a hora de reflexão e correção de rumos, tanto por parte de cada atleta, como do técnico Luís Castro e sua equipe. Afinal, aceitar derrotas como se elas fossem naturais, não pode fazer parte desse novo Botafogo.

Porém, aqui entra o amor. O amor que ninguém entende. O amor tatuado na pele de muitos e no coração de todos os que torcem pelo Glorioso. Não o amor cego, que aceita tudo que vê e não enxerga erros ou defeitos. Mas o amor incondicional de quem jamais vai deixar de apoiar até o final. E o final não foi a partida contra o Goiás. Esse não é o parâmetro de medição de sucesso ou fracasso de um processo de longo prazo. Assim como também não deve ser parâmetro, o sentimento de não aceitar qualquer outro resultado que não fosse a vitória — especialmente sobre um ex-treinador do Botafogo, que a maioria tem bronca. Isso é muito pequeno diante do todo. Isso se chama soberba. E soberba não combina com vencedores de verdade.


Aqui entra o amor. O amor que ninguém entende. O amor tatuado na pele de muitos e no coração de todos os que torcem pelo Glorioso. Um amor que não deve ser cego, mas tem que ser incondicional.
— lucas compan

O torcedor deve cobrar, deve exigir, deve não se conformar com derrotas. Esse novo Botafogo, porém, exige uma nova forma de torcer. Porque agora existe algo estruturado, com visão de futuro.

Por décadas, o torcedor do Alvinegro foi condicionado a ver o futuro, apenas como o jogo seguinte no campeonato. O futuro agora é muito maior.

O novo Botafogo exige um novo torcedor. Um torcedor apaixonado e que cobra e exige e demanda e não se conforma. Mas um torcedor que jamais perde a visão do todo e do futuro.

No futuro do Botafogo estão as conquistas, os títulos de campeão, as taças dos vencedores, a organização internacional, com uma marca global de valor. Isso é muito, muito maior que apenas o resultado do jogo seguinte. No novo Botafogo, essa é a melhor forma de sentir o maior amor do mundo.

Por Lucas Compan, que não ama o Botafogo cegamente, mas o ama incondicionalmente.


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