Patrocínio e Histórias Fascinantes

Por Lucas Compan, um publicitário apaixonado por futebol, Botafogo e New York City


Os patrocínios influenciam no que consumimos ou deixamos de consumir. Antes de trazermos uma marca para dentro de nossas casas, elas já se fizeram presentes em nossas mentes. É lá que acontecem as maiores batalhas do marketing. Neste artigo, você irá viajar no tempo e conhecer histórias fascinantes — desde a primeira ação de patrocínio conhecida no mundo, até o novo patrocinador do Botafogo de Futebol e Regatas

As maiores batalhas do marketing acontecem em nossas mentes

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As maiores batalhas do marketing acontecem em nossas mentes 〰️

Foto header escudo Botafogo: Lucas Compan

As marcas em nossas vidas

A verdade é que convivemos com marcas de produtos, serviços e causas durante as 24 horas do nosso dia. Todos os dias. Acordamos com o alarme do nosso iPhone e, na sequência, checamos o tempo para o dia à nossa frente. Nos levantamos, pegamos a pasta de dentes Colgate e a escova Oral-B para a higiene bucal. Em seguida, abrimos o chuveiro Lorenzetti, nos ensaboamos com Nivea, lavamos os cabelos com shampoo L'Oreal (no meu caso eu economizo essa grana com shampoo), depois nos enxugamos com uma toalha Buddemeyer. Cada peça de roupa que vestimos foi, muito provavelmente, escolhida pela marca que ela carrega. O mesmo vale para os calçados. No café da manhã a saga das marcas segue. Assim como no tablet ou laptop que usamos, no carro que dirigimos, no supermercado onde reabastecemos o armário de alimentos, nos websites de compras e nos serviços de streaming onde assistimos aos esportes, filmes e séries. Os patrocínios nos influenciam, também, no que consumimos ou deixamos de consumir. Antes de trazermos uma marca para dentro de nossas casas, elas já se fizeram presentes em nossas mentes. É lá que acontecem as maiores batalhas do marketing.

Essa história toda, teve início durante um período de grande desenvolvimento tecnológico que teve início na Inglaterra, na metade do século 18, e que foi difundido pelo mundo, causando grandes transformações. Essa foi a chamada Revolução Industrial que, resumidamente (e a grosso modo), gerou excedente de produção e, portanto, necessidade de aumento de consumo.

Como forma de diferenciar produtos e atrair a atenção de clientes, surgem as marcas. Com o passar dos anos, as marcas se tornaram cada vez mais importantes. Os produtores percebem que as marcas já estavam incorporadas aos produtos propriamente ditos. Para ser consumido, um produto precisava ter uma marca para ser considerado confiável.

Surge, assim, a primeira agência de publicidade reconhecida no mundo: William Taylor, em 1786. Os relacionamentos de consumo passam a ser muito menos racionais e mais emocionais com a existência das marcas. Assim, embalagens diferenciadas, logotipos, slogans, anúncios, cartazes e identidades visuais ganharam mais cores, e elementos criativos começam a surgir para atrair o público.

Pronto! Esse foi o momento de criação do caos do consumo atual em que vivemos. Como disse um amigo meu, certa vez: "Você, como publicitário, estimula as pessoas a comprarem o que elas NÃO precisam com o dinheiro que elas NÃO tem." Eu não sabia se ria ou se chorava. A coisa é complexa, mas essa frase tem um fundo de verdade.

Pouco mais de dois séculos depois da primeira revolução industrial, já existiam mais de 100 marcas de água no mundo, mais de 45 mil shopping centers apenas nos Estados Unidos, além de 87,000 diferentes combinações de bebidas que podemos comprar nas lojas Starbucks espalhadas pelo planeta. Ufs! Como se fazer notar pelos consumidores e estimular o consumo desse oceano de produtos? Propaganda, certo? Mas consumidores, inconscientemente, começaram a rejeitar propaganda. Porque significava interrupção do que estavam fazendo por prazer.

Surge uma forma de se criar um vínculo com caráter mais pessoal com o consumidor: o patrocínio.

Tudo começou antes em AC (Antes de Cristo)

Coliseu em Roma, Imagem: Google

300 AC

A primeira ação de patrocínio que tem registro da história, vem da Roma antiga, ano 300 AC. A elite Romana patrocinava jogos com os gladiadores no Coliseu. Alguns estudiosos do assunto, dizem que tanto a essência do atual MMA, quanto relações com patrocinadores a esse esporte, vêm daquela época.

1400s

Nos anos 1400s, ainda na Itália, a família Medici usava de patrocínio regular às artes e artistas como Botticelli (e sua venus, imagem abaixo), Leonardo da Vinci and Michelangelo, como forma de aumentar sua influência em toda a Europa.

Botticelli e sua venus. Imagem: Google

1912

O primeiro estádio/arena patrocinado da história foi o Fenway Park, localizado na cidade de Boston, estado de Massachusetts, no ano de 1912.

Fenway Park, localizado na cidade de Boston, estado de Massachusetts, no ano de 1912. Imagem: Google

1941

Em 1941, foi ao ar o primeiro comercial de TV da história da propaganda mundial, foi veiculado antes de um jogo de baseball do Brooklyn Dodgers, de New York. A criação da peça publicitária custou US$5 e foi vista, na época, por 4.000 pessoas.

A evolução natural do patrocínio atingiu um espaço incrivelmente emocional e carregado de paixão: as camisas dos times de futebol. Estava criada a conexão quase perfeita entre marca, mente e coração. E o futebol foi o pioneiro no patrocínio.

Patrocínio em camisas tem suas raízes no futebol. De forma gradual, foi sendo adotado por demais modalidades esportivas. Vimos uma breve história do patrocínio em geral. Agora vamos mergulhar nos patrocínios no mundo do futebol, assim como em algumas das mais interessantes histórias ao longo dos anos.

Os pioneiros em 1950

A maioria dos historiadores do futebol, consideram o Peñarol, do Uruguai, como quem começou todas essa história de patrocínio a camisas de futebol, desde os anos 1950. Ao mesmo tempo em que o Brasil estava disputando a primeira Copa do Mundo em casa, os uruguaios vinham inovando com as camisas de time -- e nos vencendo em pleno Maracanã com 210 mil torcedores.

Alguns times na França, Dinamarca e Austria, começaram a descobrir que as marcas patrocinadoras em suas camisas de time, estavam trazendo um faturamento extra aos cofres dos clubes. No entanto, a maioria das ligas no restante da Europa eram veementemente contra a ideia de "sujar os mantos sagrados dos clubes com marcas comerciais." Houve até mesmo proibição do uso de patrocínio, nomes, marcas ou logos que não fossem os escudos e marcas dos próprios times.

Jagerbomb: precursores do boom de patrocínio nas camisas

Uma nova era no patrocínio de camisas começou em 1973, quando Günter Mast, sobrinho do criador do Jagermeister, Curt Mast, teve a brilhante ideia de colocar o logotipo do veado do licor alemão e a cruz brilhante nos uniformes da equipe alemã disputando a Bundesliga Eintracht Braunschweig.

Mast já havia lançado uma equipe de automobilismo patrocinada pela Jagermeister, mas viu uma oportunidade incrível no principal esporte do mundo. "Através do futebol, você pode alcançar todas as camadas da população," profetizou Curt Mast.

Günter Mast, sobrinho do criador do Jagermeister, Curt Mast, teve a brilhante ideia de colocar o logotipo do veado do licor alemão e a cruz brilhante nos uniformes da equipe alemã disputando a Bundesliga Eintracht Braunschweig

A Mast pagou ao Eintracht Braunschweig algo entre 160.000 Marcos e 800.000 Marcos ao longo de cinco anos para colocar o logotipo da Jagermeister na frente de suas camisas. Inicialmente, a associação alemã de futebol negou o pedido do clube, mas a liga ficou impotente quando os jogadores do Eintracht Braunschweig votaram para substituir seu logotipo tradicional pelo veado Jagermeister. Em 23 de março de 1973, o time estreou contra o Schalke em seus novos uniformes. Sete meses depois, a Bundesliga sancionou oficialmente o patrocínio de camisas.

Em 23 de março de 1973, o time estreou contra o Schalke em seus novos uniformes. Sete meses depois, a Bundesliga sancionou oficialmente o patrocínio de camisas.

Inglaterra se junta relutantemente à festa de patrocínio

Três anos depois que o logotipo da Jagermeister estreou em campo na Alemanha, o Kettering Town Football Club, da English National League North, assinou um contrato de patrocínio de quatro dígitos com a Kettering Tires e entrou em campo com o patrocinador estampado na frente de sua camisa.

Kettering Town Football Club, da English National League North, assinou um contrato de patrocínio de quatro dígitos com a Kettering Tires

Quando os oficiais da liga ordenaram que o clube removesse o nome, o Kettering respondeu removendo as últimas quatro letras em PNEUS (TIRES, em Inglês) e afirmou que KETTERING T significava Kettering Town. A liga não achou essa explicação satisfatória e ameaçou o clube com uma multa pesada antes de finalmente remover todas as cartas. Um ano depois, as ligas inglesas começaram a permitir o patrocínio de camisas.

Abaixo, camisa comemorativa dos 40 anos do primeiro patrocínio na camisa do time.

Abaixo, camisa comemorativa dos 40 anos do primeiro patrocínio na camisa do time.

Os valores de patrocínio de camisa disparam

Nos últimos 35 anos, os acordos de patrocínio de camisas surgiram como as principais fontes de receita para clubes em todo o mundo, principalmente na Europa. De acordo com um relatório da Sport+Markt, o total investido em patrocínio de camisas nas cinco principais ligas da Europa dobrou de €235 milhões de Euros em 2000 para €470 milhões em 2011 e quase €4 bilhões em 2019.

Um dos maiores acordos foi feito com o Manchester United, que selou um patrocínio com a TeamViewer, companhia alemã de tecnologia, no valor de 235 milhões de libras - equivalente a R$ 1,6 bilhão - para novo patrocinador. O clube também criou seu novo uniforme para a temporada 2021/2022, em homenagem às peças usadas na década de 1960 (imagem abaixo).

Manchester United, que selou um patrocínio com a TeamViewer, companhia alemã de tecnologia, no valor de 235 milhões de libras - equivalente a R$ 1,6 bilhão - para novo patrocinador.

FC Barcelona, a exceção

Enquanto a maioria de seus rivais europeus cedeu à tentação de terem suas camisas patrocinadas há muito tempo, o Barcelona evitou a prática nos primeiros 111 anos de sua existência. Em 2006, o clube anunciou um acordo incomum com o UNICEF, pelo qual doaria US$ 1,5 milhão anualmente para a organização humanitária e apresentaria o logotipo do UNICEF na frente de suas camisas clássicas.

Diante das crescentes pressões financeiras, os custos de oportunidade de não ter um patrocinador corporativo tornaram-se muito grandes, e o Barcelona anunciou um acordo recorde com a Qatar Airways em 2013.

Diante das crescentes pressões financeiras, os custos de oportunidade de não ter um patrocinador corporativo tornaram-se muito grandes, e o Barcelona anunciou um acordo recorde com a Qatar Airways em 2013.

Patrocínio em camisas de futebol no Brasil

Patrocínio no Brasil é algo que poucas vezes funcionou como uma relação balanceada. Principalmente no meio futebol. Na maioria das vezes, pela situação financeira historicamente ruim dos clubes, esses estavam sempre "passando o chapéu." Mas também existiram relações de negócios que trouxeram ganhos para os três lados envolvidos: patrocinado, patrocinador e torcedores. Um bom exemplo fora do futebol é um dos projetos mais vencedores e duradouros de patrocínio no meio esportivo: o do Banco do Brasil à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), renovado em maio de 2022 por R$ 248 milhões e a criação do Circuito BB de Vôlei de Praia. Este último, encerrado há dois meses, teve duração de três décadas, assim como a parceria com a CBV. Fui um privilegiado de ter feito parte do time criador desses vitoriosos projetos.

[1948] Bangu, o primeiro no mundo

Apesar de o Peñarol do Uruguai (em 1950) e, principalmente, do clube alemão Eintracht Braunschweig (1973) ser relatado pelos historiadores, como o primeiro clube a ter sua camisa, oficialmente, patrocinada, há controvérsias. Em 1948, o Bangu Atlético Clube, do Rio de Janeiro, inovou e aplicou a logomarca da Fábrica Bangu, no lugar do seu escudo, burlando assim uma proibição da FIFA, que nada pode fazer, já que o clube e a fábrica possuíam o mesmo nome.

Em 1948, o Bangu Atlético Clube, do Rio de Janeiro, inovou e aplicou a logomarca da Fábrica Bangu, no lugar do seu escudo, burlando assim uma proibição da FIFA, que nada pode fazer, já que o clube e a fábrica possuíam o mesmo nome.

Desta forma, este foi o primeiro patrocínio na história do futebol na camisa de um clube no Brasil (e no mundo). Além disso, com essa camisa o Bangu se tornou o primeiro time a ter um terceiro uniforme de jogo.

Desta forma, este foi o primeiro patrocínio na história do futebol na camisa de um clube no Brasil (e no mundo). Além disso, com essa camisa o Bangu se tornou o primeiro time a ter um terceiro uniforme de jogo.


Patrocínios de sucesso no futebol brasileiro

Corinthians + Kalunga

Camisa oficial do Sport Club Corinthians Paulista, 1985. Imagem: Google

O acordo inicial de patrocínio foi celebrado em 1985. A estréia da camisa aconteceu na abertura do Brasileirão daquele ano no jogo contra o Vasco, no Morumbi que terminou empatado por 2 a 2. O último jogo do Timão com a marca Kalunga na camisa foi a decisão do Brasileirão de 1994, contra o Palmeiras, jogo que terminou empatado por 1 a 1 no Pacaembu e que rendeu o título de campeão Brasileiro ao alviverde e o vice ao Timão.

Botafogo + 7Up

Tulio e Donizete, ataque campeão brasileiro em 1995. Imagem: cortesia BFR

Em 1995, o Botafogo fechou um contrato de patrocínio com a Pepsi-Cola do Brasil. A ideia era vincular a marca de um dos refrigerantes da empresa à imagem do tradicional clube carioca e, consequentemente, alavancar suas vendas devido à grande exposição regional e nacional do Seven Up.

Com objetivo de tornar a relação do torcedor com o patrocínio ao Botafogo ainda mais forte, Túlio, craque-artilheiro da equipe naquele ano, troca a camisa 9 pela de número que foi imortalizada por Garrincha, Jairzinho, Mauricio e que fazia menção ao 7Up.

Com a exposição em todos os veículos de comunicação, por conta da performance de sucesso do Botafogo dentro das quatro linhas, o sucesso fora delas era estrondoso. Em oito meses de patrocínio, a marca conquistou 35,4% do segmento limão do mercado de refrigerantes (Instituto Nielsen). Em segundo lugar, no Rio, ficou o Limão Brahma, com 22,1%. No final do 1995, com dois gols de Túlio Maravilha, o time de General Severiano foi bicampeão brasileiro. A Seven Up ficou marcada para sempre no coração alvinegro.

Fluminense + Unimed

Fred, atacante do Fluminense Foot Ball Club, aposentado em Julho de 2022. Imagem: Google

O projeto Flu e Unimed começou em 1999, após um período nebuloso com o time chegando a disputar a série C do Brasileirão. Com a reformulação da gestão, o clube se reergueu e conseguiu conquistar três cariocas (2002, 2005 e 2012), uma Copa do Brasil (2007) e dois Brasileiros (2010 e 2012), além da Série C de 1999. A parceria acabou em 2016, totalizando 16 anos de parceria.

Flamengo + Petrobrás

Romario, atacante do Clube de Regatas Flamengo (1984)

O primeiro contrato da empresa petrolífera com o rubro-negro foi em 1984 e durou 25 anos. Foi uma das parcerias mais duradouras do futebol brasileiro. A empresa estampou as marcas Lubrax de 1984 a 2006 e Cartões Petrobrás até 2009.

São Paulo + LG

Diego Lugano, zagueiro do Sao Paulo Futebol Clube em 2003-2006 e 2016-2017. Imagem; Google

O patrocínio da LG ao São Paulo Futebol Clube começou em 2001. Foi um período vitorioso, nos anos em que a marca patrocinou o clube ganhou: a Rio-São Paulo (2001), Paulista (2005), Libertadores (2005), Mundial (2005) e três Brasileiros seguidos (2006-2008). A parceria foi finalizada em 2010.

Palmeiras + Parmalat

Time da Sociedade Esportiva Palmeiras, estampando o patrocínio Parmalat, (1993 a 1999)

Talvez seja a parceria mais conhecida do futebol brasileiro. Foram anos de sucesso entre as duas instituições. Foi período mais vitorioso do clube, com a Parmalat no Palmeiras de 1993 até 1999, foram 11 títulos: três Campeonatos Paulistas, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, dois Torneios Rio-São Paulo, uma Copa dos Campeões da CBF, uma Mercosul e uma Copa Libertadores.

O novo patrocinador na camisa do Botafogo de Futebol e Regatas

Em tempos de SAF, em que a marca Botafogo projeta sua internacionalização, a SAF anunciou seu novo patrocinador master, neste 9 de Julho de 2022. Trata-se da Blaze.

Crédito foto Botafogo e patrocinador nas camisas: Vitor Silva

Reportagem do Portal do Bitcoin publicada no dia 19 de junho mostra como o cassino online Blaze se tornou uma febre no Brasil. A plataforma foi de 12 milhões de acessos no site em março para 47 milhões em maio.

A Blaze fornece parceria com os influenciadores por meio de um formulário, no qual alguns requerimentos são exigidos. Por exemplo: ter o mínimo de 500 mil seguidores no Instagram e possuir 10 mil visualizações por vídeo no Youtube. Após o preenchimento deste formulário, um código exclusivo para influenciadores é gerado.

Crédito foto Botafogo e patrocinador nas camisas: Vitor Silva

Explosão da Blaze no Brasil

Reportagem feita pelo Portal do Bitcoin, mostra que o Blaze foi o 73º site mais acessado do Brasil em março de 2022. Foram 48 milhões de visitas totais em maio, um aumento de 28% em relação ao mês anterior. São pelo menos 4,7 milhões de visitantes únicos.

Do tráfego que chega ao site por meio de redes sociais, 56% é por meio do Twitter e 33% tem origem no YouTube. A plataforma de streaming de videos do Google tem um papel especial na disseminação do cassino.

Vamos acompanhar como essa parceria Botafogo + Blaze se desenvolve.

Próximo artigo: a evolução histórica de todos os patrocínios nas camisas do Botafogo de Futebol e Regatas. Fique antenada (o).

Crédito foto Botafogo e patrocinador nas camisas: Vitor Silva | Foto header escudo Botafogo: Lucas Compan


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