A Beleza do Caos

Por Lucas Compan, um publicitário botafoguense em New York City


⭐️ Estava aqui pensando no Botafogo de Futebol e Regatas e em uma startup e suas dinâmicas, algo que tenho boa experiência com projetos em São Paulo, Rio e New York. Em uma startup tudo é novo, nos estágios iniciais de operação.

Agora adicione uma camada extra de desafios: uma startup onde executivos, investidor e a área técnica da empresa vêm de Estados e países diferentes. Diferentes culturas e, exatamente por isso, todos eles com diferentes pontos de vista para uma mesma situação.

Duas coisas não são novas nessa empresa: a marca forte, vindo de uma organização secular, migrou para a startup. Traz gloriosos sucessos de um passado distante e fracassos homéricos de quatro décadas recentes. Outro tesouro dessa startup: a gigantesca comunidade que é fiel a essa marca, sendo a própria razão de existência da nova empresa.

Tudo é novo para todos. Muito vem dando certo, algumas coisas nem tão certo assim. Esse período se chama learning curve: qualquer pessoa, independente de posição nessa organização, precisa de tempo para aprender a ter performance boa ou excelente no desempenho de suas funções.

Tudo ainda está ainda se ajustando e, por isso, algum caos faz parte da rotina diária de pressões e cobranças.

Um outro aspecto influencia nesse ambiente: essa startup está todos os dias em todas as mídias especializadas, tradicionais e independentes. Muitos jornalistas são sérios e muito dedicados. Alguns deles, porém, são mais comprometidos com seus interesses de monetização, que com o progresso do projeto. Esse é o cenário que essa startup tem que lidar diariamente.

Pegando apenas o aspecto mais visível dessa startup: vimos uma ótima vitória sobre o SPFC e uma performance heroicamente épica contra o Internacional e, apenas uma semana depois, dois grandes fracassos diante de Fluminense e América-MG. Claro, haviam os desfalques e tudo mais. As diferenças de performance foram gritantes. Correções e ajustes trarão mais estabilidade e equilíbrio ao time e ao elenco.

Nesse horas de turbulência, é preciso se focar nos problemas do presente, sem se perder a visão do objetivo maior. Algum senso de humor também ajuda. Todas as vezes que achamos humor em uma situação difícil, saímos vitoriosos. A ilustração abaixo (a cozinha de um famoso restaurante em NYC) reflete o caos de quem é grande e, exatamente por isso, está sempre sob pressão e cobrança.

Algo importante é ver a beleza também nas turbulências e no caos. São períodos onde todos aprendam, mais rapidamente, como se chegar aos sucessos do objetivo maior. Imaginem nesses momentos, a existência de um CEO, "Chill Executive Officer,” com objetivo de relaxar e acalmar todo mundo.

Brincadeiras à parte, as melhores ferramentas para se acalmar turbulências são a transparência e a comunicação. Quando isso não existe, os criadores de crise de plantão emergem.

Vamos manter o foco no todo ⭐️ https://lnkd.in/gCV5uuT9

Crédito imagem: JBPrince, New York City

Fazendo uma analogia, perceba os detalhes engraçados na ilustração acima, simbolizando o dia-a-dia de um clube de futebol: o chef, os bem-humorados, os desesperados, a mídia, os críticos de plantão (muitos deles, nunca nem trabalharam na atividade), os geradores de crise, as fofocas paralelas, os carregadores de piano, o time que entra em campo (garçons e garçonetes) e tem contato direto com os clientes (torcida) -- e até mesmo um "vendedor de arquibancada."


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